Não aprendi a gostar de Game of Thrones e, mesmo assim, fui impactado por muitos episódios da série.
Não faço ideia do que aconteceu no episódio do Casamento Vermelho, mas me lembro bem dos meus colegas de faculdade em choque, que simplesmente não conseguiam falar de outro assunto.
No fim de maio, saiu o 1º volume da 4ª temporada de Stranger Things.
7 episódios lançados de uma vez para você maratonar.
Todos com mais de uma hora de duração. O último com 1 hora e 40 minutos.
Todos recheados de cliffhangers, para te segurar na poltrona por 7 horas e 40 minutos.
As conversas sobre a série perdem o impacto e a profundidade, para girar em torno do cuidado com o spoiler, e as séries maratonadas quase perdem seus “Casamentos Vermelhos”.
Não por falta deles na trama, mas pelo volume de conteúdo que nos forçam a consumir.
Evitando spoilers, posso dizer que o momento em que a música Running up that hill, da Kate Bush, entra em cena poderia facilmente ser um episódio discutido por semanas.
Mas, diluído em quase 8 horas de conteúdo, os comentários se resumem a “aquele episódio é foda, hein? Qual o número dele mesmo?”
Essa é a cultura da maratona que a Netflix construiu com seu formato de lançar as séries, com o fator novidade, o medo do spoiler e de ficar de fora nos forçando a passar 8 horas seguidas na frente de uma TV.
O formato provavelmente se justifica pelo Marketing, ou a Netflix não continuaria trabalhando assim.
Mas ainda prefiro a expectativa pelo dia da semana que sairia um episódio novo, com as pessoas discutindo sobre ele no dia seguinte.
Falando nisso, saiu hoje o 4º episódio da nova temporada de The Boys já tá no ar no Amazon Prime, que trabalha com um formato um pouco diferente.
Eles soltam alguns episódios para o pessoal maratonar e, depois, entram no ritmo de um por semana.
Se a Amazon decidiu fazer assim, ainda temos esperança.
Casa nova… vida nova?
Se você já acompanha a newsletter há mais tempo, provavelmente notou que ela tá de cara nova e, se você é mais observador, talvez tenha reparado que “uma rebelião acústica” agora está no Substack.
Para os curiosos, um dos principais motivos que me convenceu a mudar foi o layout com cara de blog, que vai facilitar demais minha vida quando eu decidir citar uma versão anterior da news.
Aproveitando o sentimento de “casa nova, vida nova”, sinta-se em casa para me contar: o que você mais gosta na newsletter? O que você gostaria que eu trouxesse pra cá?
Toda sugestão é muito bem-vinda e vou ficar bem feliz em saber sua opinião. Então, é só responder esse email :)
Uma retrospectiva de vida em 4 minutos
Os primeiros frames do clipe de Blink of an eye, do Passenger, trazem um garoto deitado sobre a grama com o caderno aberto mostrando o nome da música e, na sequência, ele coloca as mãos atrás da cabeça.
Se você assistiu ao filme Boyhood, acredito que essa cena seja bem familiar.
Não acredito que seja mera coincidência, até porque a sequência do clipe é quase uma versão de Boyhood adaptada para a vida do cantor britânico. Só um pouquinho mais curta.
Apesar do clipe ser maravilhoso, a letra consegue ser melhor e um trecho específico pode bater forte nos workaholics de plantão:
“I learned how to work and forgot how to dream”
“Aprendi como trabalhar e esqueci como sonhar”
Uma agulha no palheiro
“A estúpida decisão de sair de casa com -15ºC num domingo salvou minha semana”, por Pablo Magalhães (Magapo)
Na semana passada, compartilhei minha experiência com “O velho e o mar” em formato de análise e resenha.
Graças a esse texto, acabei “atacando a nostalgia” do Magapo, que compartilhou nos comentários algo que ele escreveu 2 anos atrás logo depois de ler o mesmo livro.
Na época, ele estava em Montreal numa temperatura de -15ºC e encontrou tantas semelhanças com a história do velho Santiago que chega a assustar.
Um abraço e até breve,
PS.: como essa é a 1ª edição oficial numa nova plataforma, é possível que alguns bugs e errinhos passem batidos. Então, não me xinguem no Twitter ainda.