Por que diabos "uma rebelião acústica"?
Fazia um tempo que queria batizar e dar um nome oficial à minha newsletter.
Até porque, agora que ela tem um nome, posso me apresentar como "criador de uma rebelião acústica" e, apesar de não significar muita coisa, admito que adoro a sonoridade.
Bem melhor que "criador da newsletter do Dimitri Vieira", pelo menos, vai?
Mas o nome não surgiu tão fácil.
Pensei bastante e procurei por algum conceito relacionado à Escrita Criativa ou Storytelling. Algo que soasse chique e me deixasse com cara de autoridade, mas sabe quando não fica natural?
Então, certo dia comecei a escrever um texto para abrir a minha newsletter — ainda sem nome — e, quando terminei de escrever, não precisei procurar mais por um nome.
O texto que escrevi foi esse aqui:
Algo mágico acontece quando um músico de um ritmo mais pesado decide pegar um violão e apostar num formato mais intimista.
As letras, que ficavam em segundo plano, atrás dos instrumentos pesados e dos gritos, tornam-se a atração principal e ganham os holofotes.
Cansei de ouvir bandas barulhentas anunciando que quebrariam o sistema de alguma forma, mas foi Johnny Cash, com seu violão, que calou a Casa Branca.
E se você é fã de Rock, Punk Rock, ou mesmo metal, certamente conhece algum artista que passou por essa trajetória.
Alguns exemplos que posso listar de cabeça são Corey Taylor, Brian Fallon, Frank Turner, Chuck Ragan e Dave Hause.
Este último é o principal culpado por eu estar falando sobre isso hoje.
Seu disco Paddy tem uma música que, pela melodia, mais parece uma canção de ninar trabalhada no dedilhado.
Até você prestar atenção na letra e notar que poderia ser facilmente adaptada para gritos de uma multidão tomando as ruas para se manifestar.
Com direito à repetição extremamente calma de "fuck them all" no refrão — como quem diz "o que eu tenho para dizer importa e isso é o bastante, me recuso a gritar para chamar sua atenção".
Essa é a mágica.
Especialmente num mundo que parece gritar por atenção e reconhecimento em cada canto que olhamos.
É trocar esses gritos por suspiros, importar-se mais com o que tem a dizer e menos com quem vai ouvir.
Uma rebelião acústica.