Como nasce uma campanha no LinkedIn
O trabalho que ninguém vê e, claro, precisamos falar sobre o que aconteceu no Oscar 2023
Edições anteriores da Escreva sua Marca:
O podrão resolve (e a Síndrome de The Sims)
Reforma (porque já passou da hora)
Até poderia, e pensei, em transformar o Oscar no principal tema por aqui.
Mas foram tantos conteúdos surfando nesse assunto desde segunda, que preferi deixar em segundo plano.
Em vez disso, deixa eu te contar como funcionam os bastidores de uma campanha para posts publicitários (os famosos publis) no LinkedIn — com um exemplo fresquinho.
O processo de conversa e negociação com as marcas é imprevisível. Em alguns casos, resolvemos tudo numa conversa e alguns poucos emails.
Outros casos levam semanas, até meses, e várias dezenas de emails trocados.
Te conto isso para que você não acredite que é tão simples assim quando eu dizer que tudo começa quando uma futura marca parceira procura a Gombo.
Esse primeiro contato costuma acontecer por algum dos formulários do nosso site, por indicação ou prospecção ativa.
Uma breve intromissão sobre o site: se você reparar bem, o site da Gombo é uma grande página para conversão de visitantes em contatos. Isso foi pensado estrategicamente para que todas as páginas individuais te direcionem para entrar em contato conosco.
E o caso mais recente de uma marca que evoluiu nessas conversas para uma campanha no LinkedIn foi a Caju.
Na época, a marca que — resumindo bastante — oferece cartões multibenefícios para empresas estava prestes a lançar um novo produto: o Caju Despesas.
Com a proposta inovadora de oferecer soluções para reembolsar colaboradores de maneira mais prática.
Basicamente, a empresa pode colocar um saldo na carteira de cada colaborador, para ele utilizar com a mesma facilidade de um cartão de crédito para situações que antes exigiam reembolso, como viagens e visita a clientes.
Para soltar essa novidade para o mundo, a Caju nos procurou para que montássemos um time de pessoas especialistas que fizesse um belo Buzz Marketing AUÊ no LinkedIn.
O próximo passo é pensarmos nas pessoas que teriam mais fit para conversar sobre esse lançamento com suas audiências.
Nessas horas, os números fazem diferença em questões de público e engajamento, mas o encaixe do post publicitário com a linha editorial das pessoas fala muito mais alto.
Por exemplo, eu não seria uma pessoa tão indicada para essa ação, porque o tópico não faria tanto sentido no meu calendário.
Para alguém que abriu esta edição da Escreva sua Marca e, por algum motivo, começou pelo parágrafo onde falo sobre a Caju, não deve ter feito o menor sentido.
Então, começamos sugerindo nomes do casting da Gombo e adequamos com os desejos da marca. Caso ela queira a participação de alguma pessoa externa, também fazemos a ponte.
Após alguns belos meses de trabalho, temos contato com praticamente todos os principais criadores de conteúdo da plataforma e, hoje, esse processo costuma ser bem rápido.
Nomes fechados, valores fechados, chega a hora do briefing.
Nesse momento, trabalhamos com a marca para montar as orientações para os conteúdos saírem da melhor forma possível, mesclando o estilo de cada criador com a mensagem que a marca deseja comunicar.
Cada pessoa especialista, então, cria o post seguindo as instruções e começamos a revisão. Primeiro, acontece uma revisão interna na Gombo e, depois, a marca também tem uma janela para sugestões de ajustes.
Quando tudo é aprovado, damos o sinal verde para o criador soltar a publicação para o mundo e o resultado que você pode ver é esse aqui: apenas um post no ar.
Caso queira se inspirar, recomendo dar uma olhada no post feito pela Patricia Pousa para essa campanha, levando em conta a linha editorial dela. Observe como conseguimos encaixar a Caju de forma tão natural que mal parece publicidade.
E se quiser conferir outros posts da mesma campanha, clique aqui para conferir as publicações que utilizaram a hashtag #levecaju.
🗣 Curtiu conhecer uma pequena parte do trabalho de bastidores da Gombo?
Se tiver alguma pergunta específica sobre os famosos publis e a dinâmica de trabalho em campanhas como essa, aproveita a deixa e manda aí nos comentários!
Hoje, eu posso assumir o papel do cara chato que diz “eu avisei”.
“Um belíssimo exercício terapêutico, a atuação da vida de Michelle Yeoh e, na minha opinião, o filme do ano de 2022 até agora” — foi como encerrei o artigo que escrevi em agosto de 2022 sobre o grande vencedor do Oscar.
Me tornei fã dos Daniels, que levaram os prêmios de roteiro original e direção, com poucos minutos na sala de cinema.
Ame ou odeie, “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” é o tipo de filme que você não vê por aí com frequência e ainda bem que temos a A24 para apostar num projeto como esse, que talvez fosse recusado por estúdios mais tradicionais.
Foi lindo acompanhar a trajetória e crescimento do filme.
Quando saiu nos cinemas, era uma espécie de filme alternativo e independente que começava a virar febre na internet.
Alguns anos atrás, aposto minhas fichas que poderia passar despercebido pelo Oscar — como aconteceu com alguns dos meus filmes preferidos lançados nos últimos anos.
“Capitão Fantástico” indicado apenas para melhor ator em 2017, por exemplo, foi um pecado.
Felizmente, alguns filmes como “Birdman” e “Parasita” quebraram essas barreiras e, agora, o Oscar decidiu abraçar projetos mais alternativos.
Hoje em dia, ouso apostar que Fernanda Montenegro traria o Oscar para o Brasil e jamais perderia para… para quem foi mesmo? Você se lembra? 👀
Em agosto, eu não imaginava ver “Tudo em Todo Lugar…” indicado a uma categoria sequer e, agora, os Daniels marcaram seus nomes de vez na história.
Na primeira newsletter do ano, indiquei por aqui o melhor filme que vi no ano passado e vou reforçar o coro por aqui.
Aproveitando que “Tudo em Todo…” está mais em alta do que nunca, se você gostou do filme e especialmente das inspirações caóticas dos Daniels, você precisa ver “Swiss Army Man” — “Um Cadáver para Sobreviver” no Brasil.
É mais um clássico caso de ame ou odeie e isso fica claro pelo processo criativo por trás do filme.
Os Daniels listaram várias coisas que não gostavam, como humor escatológico, musicais — especialmente, musicais à capella — e decidiram criar um filme que usasse tudo isso… e tivesse seu selo de qualidade.
Para entregar o mínimo possível por aqui e preservar sua experiência, uma bela forma de resumir Swiss Army Man é: o primeiro peido vai te fazer rir, enquanto o último vai te fazer chorar.