Edições anteriores da Escreva sua Marca:
Reforma (porque já passou da hora)
Você pratica o que diz? (ou "por que comecei a fazer terapia")
No fim de noite, pós-balada ou algumas rodadas num bar, nunca vi alguém buscar hambúrguer artesanal para encerrar a noite.
Nem sei se existe essa possibilidade e, se houvesse, ainda aposto minhas fichas que a procura por um podrão seria maior.
Aquele sanduíche mais simples, com todos os ingredientes possíveis, feito na chapa.
Traz até uma certa nostalgia lembrar de alguns finais de noite comendo lanches assim e, com certeza, vários livros poderiam ser escritos apenas observando conversas entre amigos nesses momentos.
O hambúrguer artesanal não chega nem perto disso.
Pois então, na última semana, me vi numa discussão com um amigo sobre duas publicações que tinham objetivos parecidos.
Uma delas era extremamente sofisticada, com um card trabalhado na identidade visual da pessoa criadora — num estilo que você poderia reconhecer a autora só de bater o olho, se você conhece o trabalho dela.
A outra trazia uma imagem extremamente simples tirada de um banco de imagem, daquelas que qualquer pessoa poderia ter compartilhado.
Já viu onde quero chegar?
Os designers de plantão que me desculpem, mas tem momentos que uma identidade visual pode, sim, atrapalhar.
E o motivo está dois parágrafos atrás: a cara do post bem simples, de que “qualquer pessoa poderia compartilhar”, pode falar mais alto em certos momentos e ajudar na performance.
Foi o caso dessa discussão: a versão mais simples teve uma entrega melhor em todos os aspectos que você imaginar.
O podrão resolve.
E para incomodar um pouco mais os designers, faço o mea culpa por aqui para dizer que, muitas vezes, aprimorar o aspecto visual não passa de perfumaria.
Desde que passei a atuar como meu próprio designer, desenvolvi algo que batizei de Síndrome de The Sims.
(Um breve parêntese para dizer que, recentemente, essa era de ser meu próprio designer acabou. Podemos falar mais sobre isso depois.)
Nesse jogo de simulação de vida, você pode criar personagens e controlar suas vidas diárias, além de construir casas, decorá-las, ter empregos, fazer amigos, ter relacionamentos, e basicamente viver como se fosse uma segunda vida virtual.
Nos anos 2000, passei algumas horas jogando à minha maneira.
Digitava klapaucius, seguido de vários “;!” e transformava meu personagem em milionário. Para quem quiser testar, esse era o código — a manha, como dizíamos na época — para ficar rico no jogo.
Depois disso, construía uma mansão e reformava a casa inteira, para deixar tudo lindo conforme minha mente arquiteta infantil.
Com tudo pronto, chegava a hora de jogar de verdade a parte da simulação de vida e perdia a graça para mim.
Lembro de construir incontáveis casas no jogo, mas não me lembro de passar uma hora sequer simulando a vida de um personagem ali dentro.
Foi o que me vi fazendo algumas vezes desde que escolhi apostar em cards e carrosséis para criar conteúdo.
Certas vezes, criei a versão 5.0 mais bonita e refinada de algo que era funcional na 1ª versão. Em alguns momentos, essa versão 5.0 sequer saiu pro mundo.
Além do processo de aprendizado, o design se tornou uma atividade de descompressão para eu exercer a criatividade sem torrar tanto meus neurônios.
E antes que os designers decidam me xingar no Twitter, esse é o processo natural em qualquer atividade criativa.
O problema é que não existe klapaucius na vida real para me sustentar enquanto arrumo a casa.
Se você me perguntar sobre identidade visual, com o tempo, é maravilhoso pensar em algo que remeta à sua marca logo que as pessoas batam o olho.
Mas esse não deve ser o foco, especialmente para quem está começando.
Em vez de gourmetizar toda a experiência, é melhor começar servindo um podrão com guardanapo personalizado e evoluir aos poucos.
Até porque, pensando no consumidor, ninguém vive de podrões na madrugada para sempre.
Se tem algo que você deseja começar, mas continua travado porque falta algo, vale sempre se perguntar se é apenas perfumaria ou não.
Porque, na maioria das vezes, um bom podrão resolve.
Sem passas e sem purê de batata, por favor.
Uma curiosidade cultural que sempre bugava minha cabeça enquanto morei em São Paulo é que o pessoal chama hambúrguer de “lanche” por lá.
Para mim, lanche é uma refeição menor entre as principais refeições do dia. Como estou numa fase saudável, uma tapioca ou uma vitamina seriam esses lanches.
Mas ainda não consegui me acostumar a ouvir alguém dizer que vai almoçar lanche.
Tem quase o mesmo sentido, para mim, que “almoçar janta”. 🤷🏻♂️
Na edição anterior, comentei sobre meu reposicionamento e perguntei se vocês gostariam de acompanhar o processo por aqui.
Foi a primeira enquete que fiz que teve 100% de aprovação e, então, cá estamos.
Só que decidi ir além, porque uma seção sobre o reposicionamento seria apenas temporária.
Então, criei logo uma seção para falar sobre o trabalho que ninguém vê e que faço demais enquanto estou focado nos bastidores.
Por aqui, vamos conversar sobre essa estratégia de reposicionamento e também sobre os bastidores da Gombo.
Para estrearmos esta seção, tenho três recados.
O primeiro é que, no meu último artigo — publicado tanto no blog, quanto no LinkedIn —, listei 4 ferramentas gratuitas que você pode usar na construção da sua marca pessoal.
Mais do que isso, também trouxe alguns exemplos práticos que fiz usando as mesmas ferramentas.
Você vai poder ver, por exemplo, como utilizei e preenchi algumas delas.
Clique aqui para ler no LinkedIn (ou aqui para ler no meu blog).
O segundo recado é que estou passando pelo mesmo processo, que chamo de Escavar sua Marca, e utilizo tanto nos acompanhamentos individuais e também no curso de LinkedIn para Marcas Pessoais.
Como algumas dessas etapas são mais fáceis de se explicar em vídeo, vou falar mais sobre isso nos stories do Instagram amanhã (dia 10/03, para você que está lendo de um futuro mais distante da data de envio desta edição da news).
Aproveite para me seguir por lá.
E o terceiro, para os mais curiosos, é que já atualizei boa parte do meu perfil no LinkedIn para me posicionar melhor como cofundador da Gombo.
Especialmente meu resumo, minha capa e minhas experiências profissionais.
Se quiser dar uma bisbilhotada para ver como ficou e se inspirar para atualizar o seu, clique aqui para visitar meu perfil.
Esta edição de Escreva sua Marca foi escrita e produzida ao som de Pendulum, da Aisha Badru.
Além de uma capa maravilhosa, o disco é praticamente hipnótico da primeira música à última e é excelente para ouvir num momento de descompressão.
Minhas favoritas são Bridges, Navy Blues e Splintered — especialmente, Splitentered (toque aqui para apertar o play e você não vai se arrepender).
Ontem (08/03), foi o Dia Internacional da Mulher e preciso confessar.
Sempre me sinto bem perdido no dia 8 de março tentando achar um meio-termo entre "parabéns", "feliz dia" e "prestar homenagem", porque, ao longo da vida, fui entendendo que a data não é exatamente para isso.
Desde que a Paty Cozer publicou o artigo “Enfim, a hipocrisia: por que é esquisito celebrar o Dia Internacional da Mulher?“, entendi que o melhor que posso fazer é compartilhar seu texto.
Como ela própria escreve na chamada do texto:
“Feliz dia para quem, mesmo? Ah, é: para o capitalismo.”
O artigo é de 2021, mas jamais vai envelhecer e continua sendo a melhor e mais completa abordagem que já li sobre o Dia da Mulher.
Enfim, a hipocrisia: por que é esquisito celebrar o Dia Internacional da Mulher?
É bem comum vermos criadores de conteúdo reclamando do alcance e da qualidade dos conteúdos na internet. Tanto que, no LinkedIn, reclamar da plataforma se tornou um nicho bem popular por lá. Por isso, trago essa seção sempre que possível, para compartilhar um conteúdo que seja uma verdadeira agulha no palheiro.
Essa do podrão resolve realmente é mais uma frase que já virou um clássico, hein? Na veia! E também nunca me acostumei com esse negócio de lanche, e quando a turma do trabalho me convidava pra um, a resposta mal humorada é sempre a mesma e impublicável nesta hora/local. :)
AAAAA, parei no The Sims porque fui muito fã desse game "simulação da vida real". Teve um tempo que viciei.
Maas eu construía tudo e depois fazia meus personagens viverem àquela história. Pra mim, não perdia a graça 🤔
Nunca consegui ser milionária. Gostei desse hack aí kkk.
Sobre a questão gastronômica 😁, esse assunto me lembrou a época em que a moda era "gourmetizar" tudo que era comida. Além do podrão ter como concorrente o hambúrguer artesanal, agora o coitado do design também precisa lidar com a "glamourização" das artes 🤷🏻♀️
Deixando o hambúrguer de lado e fazendo um trocadilho meio infame aqui, concordo contigo, Dimi. Às vezes, a melhor saída é só fazer um bom feijão com arroz mesmo 😜