Edições anteriores da Escreva sua Marca:
O ChatGPT é uma ameaça para escritores e redatores?
Raio X do LinkedIn: as principais oportunidades para ter resultados na maior rede profissional do mundo
Algumas edições atrás (O ano que escolhi ser fraco), comentei que havia começado a fazer terapia e recebi algumas mensagens no inbox me dando as boas-vindas ao mundo da terapia.
Então, hoje, decidi explicar por que decidi entrar pra esse mundo…
Você já ouviu falar na Síndrome do Estudante?
É uma espécie de procrastinação planejada — um nome elegante para dizer que estudantes costumam enrolar o máximo possível para fazer as tarefas em cima da hora.
Mas não se engane, a edição de hoje não é sobre produtividade.
É sobre falar, falar, falar… e não fazer.
Nos tempos de faculdade, era clássico. Após semanas dizendo precisarmos fazer algum trabalho, começávamos na véspera.
Até dar muito errado. Então, antecipávamos uma semana.
Até, mais uma vez, a conta não fechar, precisarmos recalcular a rota outra vez para o processo se repetir.
Falar sem praticar era uma forma de adiar o que realmente deveríamos fazer.
Então, corta para o começo de 2021
— e acredito que não precisamos de muito contexto sobre o ano de 2020, precisamos?
Logo depois de pedir demissão do trabalho CLT, meu primeiro grande projeto foi produzir todo o curso de LinkedIn para Marcas Pessoais.
Passei dias num quarto escuro, somente com os equipamentos de iluminação e gravação — sempre após o horário útil, porque todos os vizinhos pareciam estar sempre em obras no novo normal.
Não sei se você já passou pela experiência de planejar uma gravação para que você mesmo pudesse editá-la depois. Com o tempo e a prática, você ganha uma sensibilidade extra para barulhos que podem atrapalhar o vídeo, falas que não se encaixam tão bem e até da sua postura enquanto grava.
Quando você é produtor, editor e professor, você entra num estado de alerta incomum para outras profissões relacionadas à criação de conteúdo que não envolvam arriscar sua vida.
Enquanto você conduz a aula passando por cada tópico que pensou, um papel rasgado chama sua atenção e, naquele momento, você sabe que precisa regravar ou aquele barulho vai participar da aula.
Repita esse mesmo processo algumas vezes trocando o rasgar do papel por um cachorro latindo.
Depois pelo barulho de uma furadeira — fora do horário útil.
E não se engane, não estou reclamando de nada disso.
Ao final de uma sessão de gravações, termino completamente exausto, mas é aquele tipo de exaustão que você se orgulha e dá vontade de repetir a dose.
Boa parte do meu horário livre no início de 2021 foi assim e, colocando na conta todo o período de isolamento anterior, sabia que toda aquela pressão que eu colocava sobre mim tinha seu preço.
Essas sessões de gravação são apenas um exemplo de um lugar onde estive várias vezes.
Muito se glamoriza o trabalho autônomo, mas, quando você trabalha sozinho, além dos louros serem todos seus, os perrengues e dores de cabeça também não costumam ter com quem dividir.
Com toda sobrecarga somada aos fatores externos que eu não tinha controle algum, sabia que fazia sentido procurar ajuda para externalizar tudo aquilo de alguma forma e cheguei a dizer pra mim mesmo:
Após toda a produção do curso, começaria terapia.
E adivinha?
Curso lançado, as coisas fluíram bem e, logo, estava de volta ao modo sem tempo, irmão para terapia.
Síndrome do estudante de novo.
Agora, podemos pular para setembro de 2022
Havíamos acabado de fechar uma parceria com uma empresa especializada em saúde emocional, bem-estar corporativo e sessões de terapia online.
Se ficou estranho que falei no plural do nada, é porque me refiro a um trabalho da Gombo e, logo, me deparei com a seguinte situação. E se não mencionei o nome da marca, é porque esta edição da Escreva sua Marca não é patrocinada.
Basicamente, precisava fazer um post no feed do LinkedIn discutindo sobre a importância de cuidar da saúde mental e alertar o pessoal para… fazer terapia.
Ensaiei uma versão inicial bem direcionada para criadores de conteúdo que trabalham isolados e precisam dar uma atenção especial para isso.
Era o caminho que fazia mais sentido e, inclusive, o caminho que eu deveria trilhar.
Só que aquele texto simplesmente não saía. Ficou engasgado e precisei buscar uma alternativa.
Apontar o dedo para as empresas foi a saída mais fácil.
Você culpa o universo corporativo pelos problemas de saúde mental, algumas (ou muitas) pessoas com cicatrizes profissionais se manifestam e tá tudo certo.
Post feito, entrega concluída e o texto engasgado me lembrou que, um ano e meio atrás, eu estava combinando comigo mesmo que começaria a terapia.
Dessa vez, não teve mais Síndrome do Estudante.
Em setembro do ano passado, não poderia falar para criadores de conteúdo darem uma atenção especial para sua saúde mental, porque eu mesmo negligenciava isso.
Hoje, não precisaria mais apontar dedo para empresa alguma.
As inscrições para a 13ª turma do curso de Escrita Criativa e Storytelling estão oficialmente encerradas e quero aproveitar a para desejar as boas-vindas a todas novas alunas e todos novos alunos.
Nos vemos na nossa Comunidade da Escrita Criativa e podem contar comigo para qualquer dúvida que surgir.
Se você não se inscreveu nesta edição e tem interesse de participar da próxima, você já pode fazer sua pré-inscrição gratuita clicando aqui.
Ao fazer sua pré-inscrição, você deixa seu nome na lista de espera e te aviso em primeira mão quando abrir as inscrições para a 14ª turma.
Bear’s Den é uma banda com algumas músicas que me soaram bem familiares, sem ter certeza da origem delas. Então, apostaria que o algoritmo do Spotify tentou me apresentá-la algumas vezes.
E deu bem certo com Crow, 7ª faixa do álbum So that you might hear me.
Depois de ouvir o álbum na íntegra, fiquei com outras melodias deles na cabeça e elas seguem repetindo como trilha sonora da minha semana por aqui.
Minhas preferidas são Breaker / Keeper, Evangeline, Crow e Blankets of Sorrow. Mas, pra quem curte um folk beirando o acústico, vale muito apertar o play e deixar reproduzindo de fundo por aí.
Na linha da última edição sobre o ChatGPT (O ChatGPT é uma ameaça para escritores e redatores?), muitas pessoas seguiram falando sobre ele e sobre inteligência artificial na última semana.
Vale destacar essa análise maravilhosa que o Vitor Peçanha fez falando sobre o ChatGPT e suas repercussões no mundo do SEO, tecnologia e marketing.
Aliás, se você não acompanha o Peçanha nas redes sociais ainda, eu recomendo muito ficar de olho no trabalho do meu ex-chefe de Rock Content, viu?
Apesar de ser moda falar mal do chefe no LinkedIn, só tenho coisas boas a falar sobre o Peçanha e ele passou a criar muito mais conteúdo nas suas redes sociais:
E também vale destacar essa pérola que descobri graças ao André Carvalhal, na última edição da
.Stelfie é um perfil no Instagram de uma pessoa que não existe, e faz uma paródia da vida e da história à base de Inteligência Artificial.
Com fotos ultrarrealistas, Stelfie viaja pelo tempo e traz legendas hilárias:
“ 📳𝗦𝘁𝗲𝗹𝗳𝗶𝗲 𝗟𝗼𝗴 #𝟲 - 𝗜𝗰𝗲 𝗔𝗴𝗲 𝗰𝗵𝗮𝘀𝗲.
I know... I had to blur some important and historical data. You'll be happy to know they are safe and sound.”
//Tradução livre:
“ 📳𝗦𝘁𝗲𝗹𝗳𝗶𝗲 𝗟𝗼𝗴 #𝟲 - Perseguição na Era do Gelo.
Eu sei... precisei borrar alguns dados históricos importantes. Pode ficar feliz em saber que eles estão são e salvos.”
Como assim “uma agulha no palheiro”?
É bem comum vermos criadores de conteúdo reclamando do alcance e da qualidade dos conteúdos na internet. Tanto que, no LinkedIn, reclamar da plataforma se tornou um nicho bem popular por lá. Por isso, trago essa seção sempre que possível, para compartilhar um conteúdo que seja uma verdadeira agulha no palheiro.
Eu amei o relato! No meu caso, foi o inverso: a partir do meu adoecimento fui fazer terapia e cuidar da minha saúde em geral.
Como qualquer pessoa com fibromialgia, precisei mergulhar no universo da saúde procurando explicações que nem meus médicos sabiam dar direito e, a partir daí, levei isso para a minha profissão.
Hoje trabalho com copywriting e marketing para empresas de saúde a partir dessa máxima freiriana: o que eu sou e o que eu faço são indissociáveis.
Também achei muito interessante porque, na contramão do meu estilo de vida, o pessoal da comunicação é beeem workaholic e talvez relatos como esse - de dentro da "comunidade" - ajudem as pessoas a tomarem a iniciativa de cuidar mais da sua saúde.
Aliás, essa é a única sugestão que deixaria: uma mensagem incentivando as pessoas a cuidarem mais de si mesmas.
Saúde mental é um dos meus assuntos favoritos (se é que não é o número 1), então adorei essa edição!
Provavelmente, não foi o seu caso, Dimitri. Mas uma coisa que me incomoda é a resistência dos homens a fazer terapia, simplesmente por serem homens (ainda que não admitam que esse é o motivo). Parece que o lugar da vulnerabilidade não lhes pertence. Aliás, contando com você, agora conheço apenas dois homens que admitiram que todos os seres humanos precisam de ajuda em algum momento e deixaram de resistir ao "divã".
Homens, façam terapia! Vai ser ótimo para vocês e para as mulheres das suas vidas também! kkk