Fui ao maior evento de Social Media do mundo e isso foi o que mais me marcou
Conexão Social Media 2025: o que me pegou de verdade
Edições anteriores da Escreva sua Marca:
O dia que quase fui cancelado
Você prefere ser fórmula ou memória?
No último fim de semana, participei do Conexão Social Media 2025, um evento de três dias que reuniu mais de 4 mil pessoas, dezenas de palestras e uma energia que você sente mesmo depois que o microfone é desligado.
Pra quem nunca ouviu falar, é uma imersão focada em marketing digital, com foco especial nas mídias sociais. É um choque de perspectivas, uma bela fonte de ideias e um empurrão pra sair do automático.
E, talvez, o mais importante: foi um dos lugares onde percebi o quanto estava precisando me reconectar com gente inquieta, com outras vozes e com conversas que me desafiam.
Por isso, decidi contar sobre o evento nessa newsletter.
Mas com um adendo: não dá pra falar sobre tudo. Ou essa newsletter viraria um livro e, sejamos honestos, você provavelmente nem leria.
Logo que saímos de um evento como esse, a sensação é que tudo foi transformador. Mas, quando o encantamento passa e a rotina volta, nem tudo o que te impacta ali na hora tem aplicação prática.
Algumas falas mexem com a gente na hora, mas não resistem à luz do dia seguinte.
Por isso, escolhi focar aqui nos momentos que realmente ficaram comigo.
Não só pelo impacto emocional, mas porque, de algum jeito, me inspiraram a seguir em movimento com um pouco mais de sangue no olho.
E talvez possam te inspirar também.
Beatriz Guarezi no painel sobre marca pessoal
Um dos momentos que mais me marcou foi ver a
no palco. Especialista em branding, curadora da Beats to Brands e, acima de tudo, alguém que sabe o valor de dizer não à escala pela escala.Enquanto todo o mercado fala com um entusiasmo apocalíptico sobre Inteligência Artificial, ela subiu ao palco pra dizer o oposto.
Disse que não usa Inteligência Artificial para escrever a
, mesmo sabendo que isso facilitaria demais sua vida, e que faz questão de manter seu processo como sempre foi.E num mundo onde “eficiência” virou sinônimo de “delegar pra um robô”, essa escolha é quase um manifesto.
Além de um baita incentivo para eu seguir escrevendo textos como esse.
Erich Shibata e a estratégia por trás do marketing da CIMED
Falando em bastidores de grandes marcas, o Erich Shibata trouxe os detalhes da virada da CIMED — uma empresa que decidiu transformar seus fundadores nos principais influenciadores da própria marca.
Nada de apostar em dezenas de criadores externos, ou influenciadores.
A aposta foi em casa, e os resultados falam por si.
O CEO, João Adibe Marques, por exemplo, conquistou mais de 3,6 milhões de seguidores no Instagram e quase meio milhão no TikTok — e usa esse alcance para mostrar seu dia a dia, suas rotinas de vendas, seus valores.
A presença dele mantém a CIMED como top of mind e, quando chega a hora do consumidor escolher entre diferentes produtos, o amarelo da marca facilita a escolha.
Reforçou ainda mais o poder de usar a própria história para construir confiança e como, muitas vezes, a influência mais valiosa tá dentro das empresas com seus fundadores.
Agência Koko: entre a loucura e a sanidade
Foi a 2ª vez que vi o Gabriel Dias e o Hector Muniz, da Koko, palestrando e nunca é mais do mesmo.
A dualidade entre o Hector e o Gabriel sempre me chama a atenção. Talvez seja viagem minha, mas tem algo ali que parece orquestrado: enquanto um ancora, o outro provoca.
Parece o simbolismo perfeita da junção entre a sanidade necessária para ser consistente e a loucura para seguir se reinventando.
O que mais me pegou dessa vez foi ouvir sobre as fases de maturidade de uma agência.
Eles falaram sobre o início: o caos criativo da sobrevivência. Aquela fase onde tudo é urgente e onde a gente tenta crescer fazendo o que dá.
Foi impossível não me ver ali. Esse primeiro semestre foi, pra mim, exatamente isso: sobrevivência criativa no meio do caos e muitos processos sendo construídos do zero com o carro andando.
Ver como a Koko passou por isso, como evoluiu e como hoje estrutura processos com consistência sem perder a alma criativa, é uma baita inspiração.
E um lembrete que o caos faz parte, mas precisa ser transitório.
Simone Bispo e a origem de algumas das campanhas mais famosas que viralizaram como memes
A Simone Bispo foi a melhor surpresa do evento para mim e, talvez, um dos nomes que mais merecem atenção de quem trabalha com criatividade e estratégia de marca.
Eu mesmo ainda não conhecia seu trabalho. Falha minha.
Porque ela é a responsável por campanhas que muita gente já compartilhou sem nem saber que tinham dedo dela ali: Burger King, Duolingo e por aí vai.
O que parece só uma piada, um meme de oportunidade ou uma trend, na verdade, é construção de marca em sua forma mais criativa.
Simone mostrou como cada escolha tem intenção: do tom do humor ao tempo de publicação.
Em tempos de viral por viral, ver alguém que usa o humor pra reforçar pilares de marca, e não só pra gerar engajamento vazio, é inspirador.
Agora, preciso fazer um parêntese aqui.
Eu sou o tipo de pessoa que analisa o storytelling de tudo: de série da Netflix a discurso de formatura.
E posso falar com tranquilidade: apesar de não falar de storytelling, a melhor construção narrativa do evento inteiro foi da Astrid Lacerda.
Astrid Lacerda e uma aula de storytelling para falar de grana
Mesmo sendo um tema que eu, pessoalmente, evito (finanças me deixam desconfortável), ela conseguiu me prender desde o primeiro slide.
Literalmente o primeiro: um fundo preto com uma frase forte como título da palestra: O Preço de Ser Mulher.
Uma aula de posicionamento e storytelling antes mesmo dela começar a falar e, quando começou, sua 1ª frase foi para contar sua “história de origem”.
Sobre sua mãe ter deixado tudo para trás para deixar seu pai e conquistar sua liberdade. E amarra toda a palestra a partir dessa origem, voltando sempre à importância de ter autonomia financeira pra fazer suas próprias escolhas.
Não teve nenhum slide com “como contar histórias”.
Mas foi, disparado, a palestra com o melhor storytelling de todo o evento e um belo reforço do impacto que uma história de origem bem contada tem.
Erickson Monteiro e a engenharia por trás do Conexão Social Media
Pra fechar, o próprio evento um case à parte.
Acompanho o Conexão Social Media desde a primeira edição, lá em 2022, quando ainda se chamava Missão Creator e não chegou a lotar o Teatro Gamaro.
Em 2023, voltei para palestrar no evento no mesmo Teatro Gamaro — agora lotado, com +800 pessoas.
Voltei em 2025 para um evento com +4 mil pessoas e show de encerramento do Di Ferrero, do NX Zero.
E o que mais me impressiona é o quanto ele amadureceu como produto.
O Erickson Monteiro não construiu só um evento. Ele construiu um funil com começo, meio, fim e continuação.
O 1º dia tem foco total em conteúdo, entrega da premiação dos mentorados do Erickson. Além da história de origem do Plug e do próprio Erickson.
No meio do 2º dia, vem o pitch da mentoria: o produto com ticket mais alto — muito bem encaixado, em um momento que o público já conheceu sua autoridade e entendeu que o Erick entrega valor de verdade.
No 3º dia, vem o downsell para quem ainda não está no melhor momento para entrar na mentoria: o Social Media Expert, — a plataforma de cursos online do Plug.
Antes de fechar o 3º dia, quando já bate aquela sensação de “saudades pelo evento que está acabando” e a emoção bate forte pelo evento transformador de 3 dias, entra a venda dos ingressos pro próximo do Conexão.
Três produtos, três discursos de venda e zero incômodo — sem transformar o evento num grande infomercial.
Pelo contrário: os momentos de venda parecem continuação da experiência, não interrupções.
E talvez, o mais admirável seja o ecossistema que o Erickson construiu. Em vez de isolar concorrentes, ele chama pra perto.
Muitos dos palestrantes são players que, em outros contextos, seriam concorrentes dele próprio.
No palco do Conexão, viram parceiros e é isso que constrói uma comunidade de verdade: a certeza de que a colaboração gera mais do que a competição.
E que quando o palco é bem montado, todo mundo cresce junto.
Esses foram os momentos que mais me marcaram.
Não porque foram os mais aplaudidos, os mais comentados ou os mais “instagramáveis”.
Mas porque, de algum jeito, eles continuam reverberando aqui e, talvez, reverberem por aí também.
Agora que você leu até aqui, me conta: se você estava no evento, qual foi a palestra que te pegou de jeito?
Aquela que fez você sair do auditório já abrindo o bloco de notas com um plano em mente.
E quem eu vejo por lá no ano que vem?
Porque meu ingresso já tá garantido.
PS.: pra provar que esse texto não é uma publi disfarçada…
Faltou o Plug trazer outros canais pro palco além do Instagram: faltou TikTok, faltou LinkedIn, faltou Substack (ou newsletters) e faltou até Tráfego Pago.
Mas isso faz parte do pacote: o marketing brasileiro ainda olha quase exclusivamente pro Instagram e eu nem sou besta de reclamar. Sobra mais espaço pra gente.
Este texto e essa newsletter não são escritos por IA.
— Ah, mas você usa travessão. 👀
Alt + 0 1 5 1, galera.
Um abraço e até a próxima,