Nossos próximos encontros oficiais seguem nas quartas-feiras. Essa é uma edição extraordinária para te contar sobre uma novidade extraordinária.
Edições anteriores da Escreva sua Marca:
A coragem de desistir e a arte de fechar portas
A Fábula da Escada Proibida
Não me considero uma pessoa minimalista nem de perto, mas também não sou tão materialista assim.
Exceto quando um objeto ganha um significado simbólico.
Por um bom tempo, mantive um ritual de comprar um novo funko pop para cada turma do curso de Escrita Criativa & Storytelling.
Quando passaram de 10, começou a ficar difícil hospedar todos na minha estante e perdeu o sentido de vez quando deixei de lembrar de cabeça qual edição cada um representava.
Por conta desse mesmo apego, tive uma garrafinha rosa que carreguei comigo em todas as academias que frequentei por pouco mais de um ano.
Não era a melhor garrafa do mundo, mas aquele meio-termo ideal: boa o bastante para conservar a temperatura por um tempo mínimo por ser metálica, mas não era exageradamente sofisticada para pesar minha consciência caso estragasse ou perdesse.
Aquela garrafinha foi um recebido da primeira campanha de influência que a agência que fundei conduziu.
Foram quase 30 influenciadores divulgando uma única marca pelo período de um mês e um marco inicial épico para a agência.
Em viagens para São Paulo, Coritiba e Goiânia, sempre carregava a garrafa e fazia questão de usá-la. Vez ou outra, alguém me perguntava por que eu tinha uma garrafinha rosa e eu contava essa história com orgulho.
Desde que decidi que não seguiria na agência, cada ida à academia ganhou um tom de despedida extra e sabia que, em algum momento, iria me desfazer dela de vez.
Não fazia mais sentido em recontar aquela história.
Ainda mais com o reforço da trilha sonora de uma das músicas que mais escutei em 2023:
🎵 You just remind me of the nights of smoke and dirty jokes
Darkened rooms with lonely ghosts
And they were beautiful some time ago
But time keeps rollin' us on🇧🇷 Você apenas me lembra das noites de fumaça e piadas sujas
Ambientes sombrios com fantasmas solitários
Eram belos algum tempo atrás
Mas o tempo continua nos levando adiante
Enquanto procurava uma substituta para a garrafinha, também reorganizava a casa para construir uma substituta para a agência que deixei.
O plano A era claro: começar uma agência que o carro-chefe seria ghostwriting com foco em LinkedIn.
De um lado, conduziria estratégias para transformar pessoas em referências através do conteúdo e posicionamento. Do outro, ensinaria como você pode ter os mesmos resultados fazendo isso sozinho através dos cursos.
Era o próximo passo natural e estava com dois clientes certos para entrar: um deles é CEO de uma empresa relativamente nova e muito bem vista no mercado; e o outro, uma pessoa especialista em finanças e investimentos no offline.
Seria questão de tempo para transformar os dois em cases de sucesso e, logo, teria um marco inicial tão épico quanto o representado pela garrafinha.
Só teve um detalhe.
Em paralelo e pensando no longo prazo, meu principal objetivo seria associar meu nome cada vez mais a comunicação, escrita criativa, storytelling e copywriting. E reduzir a associação direta com LinkedIn.
Por um motivo muito simples: desde o incidente que meu perfil foi hackeado, não consigo me sentir tão à vontade quanto antes em ser o Dimitri do LinkedIn.
Nos últimos anos, boa parte do meu trabalho foi ser advogado de marca da maior rede social profissional do mundo — e fiz isso com prazer, porque sei bem que o LinkedIn mudou minha vida.
Não é exagero algum dizer que fui um dos maiores promotores da rede no Brasil nos últimos anos. Desde que decidi apostar 100% na minha marca pessoal no final de 2020, o LinkedIn se tornou meu escritório virtual e também presença constante na minha linha editorial.
3 anos depois, passei a refletir muito sobre o que eu seria capaz de criar se não estivesse obrigado a manter uma presença constante nas redes sociais, e o desejo por construir algo maior que presença no LinkedIn se tornou constante.
Então, chegou um convite que simplesmente não pude recusar e, da mesma forma que as principais transições na minha vida, foi por acaso.
Jogando conversa fora no Instagram, o Lucas Gilbert me perguntou: você não conhece alguém para indicar para um cargo de liderança de copy?
De bônus, esse cargo é numa startup em Belo Horizonte, onde um dos meus amigos dos tempos de ensino médio trabalhou por algum tempo e eu já acompanhava a empresa desde então.
Talvez, você conheça pelo nome de allu.
— Uai, vale me indicar? — foi a minha resposta.
Conversei com o gestor da vaga — agora, meu chefe — e naquele momento, o modelo de negócios, o desafio que eu teria pela frente e o ambiente de trabalho me convenceram de vez.
Meu plano A se tornou plano B.
Numa volta da academia, cruzei com uma caçamba cheia de entulho e, por capricho do destino, Goiânia estava nublada.
Em vez do guarda-chuva que uso como guarda-sol, estava com a garrafinha rosa em mãos.
Não pensei duas vezes e me despedi dela de vez ali mesmo.
No dia seguinte, recebi o kit de boas-vindas e tinha minha nova garrafinha.
Acho que chegou o momento de atualizar meu LinkedIn e compartilhar um dos posts mais clássicos da rede que ainda faltava no meu repertório: o kit de boas-vindas.
1. Por aqui, você acompanhou um pouco dos bastidores sobre minha nova transição para me tornar Coordenador de Copy na allu.
Se quiser saber mais detalhes sobre meu trabalho por lá até o momento, falei sobre isso nesse post no LinkedIn.
2. Os juízes da internet e especialistas de plantão gastaram muita saliva na última semana discutindo sobre a atualização na marca do Itaú e aposto que você viu muita gente discutindo sobre o logo e o laranja.
Agora, quantas pessoas você notou que deram atenção para a nova tagline do banco centenário?
“Feito de futuro” é simples e genial, e esse post aqui da Cibele Costa me ajudou a notar isso.
3. Transformar os bastidores de uma empresa em conteúdo é uma bandeira que sempre defendo em qualquer treinamento ou palestra de Employer Branding.
Antes de me tornar Coordenador de Copy na allu, já admirava como os C-levels da empresa fazem isso com a série de artigos semanais batizada de “As Crônicas do Pantanal” (Pantanal é o nome carinhoso da sede da allu) e, na última edição, tive minha contratação anunciada num texto que misturou:
montagem do Juscelino Kubitschek com o rosto do Pedro Sant’Anna, COO e fundador;
citação do Ernest Hemingway;
e meme em forma de gif.
Esse texto é um belo resumo do clima e da receptividade que tive na allu nessa primeira semana de trabalho.
Clique aqui para ler o 33º capítulo d’As Crônicas do Pantanal: 1 ano em 1 mês.
4. Um dos meus cantores preferidos, Mike Rosenberg, mais conhecido como Passenger — e mais conhecido ainda como cantor de Let Her Go —, lançou uma versão comemorativa de 10 anos do álbum que mudou sua vida.
Algumas das canções ganharam releituras com participações especiais, incluindo Ed Sheeran, que cantou na nova versão de Let Her Go.
Minha preferida, de longe, foi a nova versão de Feather on the Clyde, que ganhou um clipe tão bonito quanto a música na última sexta-feira.
Essa música, inclusive, seria uma trilha sonora perfeita para a última edição, sobre a coragem de desistir.
Um abraço e até breve,
Que bela reviravolta, Dimi, muito sucesso pra ti nesse novo desafio!
Adorei o texto, meu amigo!