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Topa fazer um combinado? IA preconceituosa?
A era da adjetivação (e da nostalgia)
17 de abril.
É uma das datas que mais tenho marcadas na minha cabeça.
4 dias antes de completar 18 anos, no dia 17 de abril de 2010, via o show da minha banda preferida pela primeira vez.
Um moleque de 17 anos com espinhas na cara no meio do que parecia um misto de motoqueiros, punks e tiozões.
Quase uma reunião pacífica dos Hell’s Angels na porta de uma padaria próxima à Via Funchal, para testemunhar a primeira (ainda única) vinda do Social Distortion ao Brasil.
Momentos antes do show, um punk tiozão encontrou na minha cara de deslumbrado uma oportunidade de despejar conhecimento.
“Moleque, não adianta te falarem que esse negócio de punk rock é só uma fase. Daqui uns 5, 10 anos você pode não ouvir essas músicas todo dia. Mas, quando ouvir, vai passar todo um filme na sua cabeça. Escuta o que eu tô te falando!” — 13 anos depois, acho que escutei.
Quando me perguntam minha banda preferida, ou show preferido que fui, Social Distortion tá na ponta da língua sempre. Quando a banda californiana entra no palco, tem uma aura diferente de qualquer outro show que já fui.
A pista inteira se transforma numa espécie de roda punk. Enquanto moleque de 17 anos, quando começaram a tocar, me perguntava o que eu fazia ali de tantos empurrões e porradas que chegavam de todos os lados.
Detalhe que a primeira música era instrumental e as rodas se intensificaram mesmo no final dela, quando emendaram com o cover de Under My Thumb, dos Rolling Stones.
Esse vídeo registrou exatamente a transição da 1ª para a 2ª música e captou um pouquinho do que é um show do Social Distortion.
É o tipo de show que até dá para gravar com o celular, mas é impossível manter um enquadramento instável e, se você insistir em gravar por muito tempo, corre sérios riscos de voltar para casa sem o telefone.
Foi só no final da segunda música que entendi o fenômeno e a experiência que eu estava vivendo.
Pode até parecer fanatismo dos brasileiros que recebiam os americanos pela primeira vez no Brasil, mas não. Tive o baita privilégio de ver outros dois shows deles — um em Los Angeles, outro em Londres — e o efeito é o mesmo.
Depois de vários anos com eles compondo boa parte da trilha sonora da minha vida, consigo facilmente associar uma música a cada vitória, a cada perrengue, a cada derrota, a cada tatuagem.
E nesse último fim de semana, o saudosismo ganhou um reforço com o retorno do Blink 182 aos palcos, no festival de Coachella.
Se o retorno do trio original resgatando vários hits dos anos 90 e 2000 traz uma nostalgia especial, “What’s my age again?” foi o ápice.
Na letra, Mark Hoppus conta como as pessoas e a sociedade esperam maturidade quando temos apenas 23 anos. Aos 51, após vencer um câncer, ele volta aos palcos para perguntar: qual é minha idade mesmo?
O post motivacional de redes sociais diria que o momento certo e a idade certa são os que você tem agora. Que a carreira de ator do Morgan Freeman deslanchou mesmo quando ele tinha 40, ou 50, com uma coletânea de outras pessoas que estouraram mais tarde.
Com os 31 batendo na porta, meu esforço é para ser um realista beirando o otimismo, e seguir aprimorando aos poucos esse filme que passa na minha cabeça — para que seja melhor a cada ano.
Então, sigo escutando.
Com algum risco de me tornar o tiozão do show em busca do próximo moleque deslumbrado. E uma esperança de continuar sendo também, de alguma forma, o moleque deslumbrado.
Sobre a aura diferente que comentei dos shows do Social Distortion, essa versão ao vivo de Prison Bound é um dos melhores registros no YouTube para te mostrar isso.
Na edição de 01/09/2022, contei sobre um trauma cinéfilo pessoal que o filme do Elvis me ajudou a superar: as cinebiografias de músicos — mais especificamente, Bohemian Rhapsody, o filme do Queen de 2018.
✉ Superação de um grande trauma cinéfilo pessoal. Obrigado, Elvis. [Leia aqui]
A indicação dessa semana é um filme que satiriza os principais problemas de filmes como Bohemian Rhapsody, enquanto ele próprio conta a história de um músico, Weird Al Yankovic.
Pros fãs de How I Met Your Mother, é o cantor que o Ted adorava.
Pra quem nunca ouviu falar, ele é bem conhecido por suas paródias humorísticas de músicas populares e seu estilo único, que combina comédia e música. Eat It (versão de Beat It, do Micahel Jackson), Like a Surgeon (Like a Virgin, da Madonna) e White & Nerdy (Ridin' , do Chamillionaire) são alguns exemplos do seu repertório.
Um filme sobre ele ser uma paródia de cinebiografias é genial.
9 anos atrás, o site de comédia Funny or Die, divulgou um trailer com a mesma proposta como piada (com Aaron Paul — Jesse, de Breaking Bad — como protagonista). [Veja aqui]
No ano passado, o trailer deixou de ser uma piada e o filme nasceu com Daniel Radcliffe interpretando Weird Al Yankovic.
Se você gosta de filmes que não se levam a sério e sabem fazer isso bem, pode anotar na sua lista.
Weird: The Al Yankovic Story.
1. Será que é possível aprender mandarim estudando sozinho? A Djane Fernandes é autodidata e já estudou vários idiomas sozinha. Agora, ela decidiu apostar no mandarim e compartilhou o Projeto Poliglota, vários materiais que ela colecionou ao longo dos anos que podem te ajudar a aprender idiomas.
2. Uma newsletter sobre cultura pop que entrou pras minhas newsletters preferidas, por
.3. Caso tenha perdido… falei sobre como as pessoas andaram distorcendo tanto um conceito específico no marketing, que ele perdeu seu sentido original e virou uma espécie de gatilho. Veja aqui.
Olha, não conheço a Social Distortion 🤷🏻♀️, mas falar de Blink 182 é nostalgia na certa pra mim ❤️.
Lembro que em algum momento da minha vida escolar, o professor de inglês pediu que a turma formasse grupos e escolhesse uma música no idioma pra apresentar cantando na frente de todos os alunos. Uma atividade valendo ponto.
Advinha qual música meu grupo escolheu? I Miss You, do Blink (que na época, inclusive, era o maior sucesso) 😊.
Sou bem suspeita pra falar dela, porque a letra e o clipe foram inspirados na minha animação preferida: The Nightmare Before Christmas. Então, assim, foi o casamento perfeito, né? Pelo menos pra mim, hehe.
A apresentação na aula foi um sucesso 🙌🏻 e por isso também é impossível não lembrar desse momento com carinho.
Sua news despertou essa memória em mim e quis compartilhar aqui. Te agradeço, Dimi ✨️.