Tendinite, coincidências, o dia que vi Barbie e Season Finale
Uma retrospectiva alternativa e um "até logo"
Não espere que se torne uma tradição, pois vejo uma certa egomania em traçar uma retrospectiva sobre o que fiz de mais relevante em um ano. Mas, sim, a edição de despedida de 2023 é uma retrospectiva.
Edições anteriores da Escreva sua Marca:
Cabe mais uma reviravolta em 2023?
A coragem de desistir e a arte de fechar portas
Nessa altura de 2022, fazia quase um mês que enviei a última edição da newsletter, sobre despedidas e transições, em tom de “até ano que vem”.
Fechei o computador, me dei um mês de descanso com o luxo de acompanhar a Copa do Mundo e foi um alívio enorme.
2022 foi um ano que minha criatividade foi agredida e quase assassinada e não consegui focar na escrita, ou na criação de conteúdo, como gostaria.
A prova do crime tá no arquivo desta newsletter: houve poucas edições da Escreva sua Marca que eu me orgulhe.
E por mais que eu me cobre muito, não tenho dificuldade de admirar um trabalho bem feito que eu mesmo fiz. Em 2023, por exemplo, colecionei várias novas edições preferidas entre os textos que compartilhei por aqui (separei um top 5 na próxima seção para não desviarmos tanto o foco).
O ponto principal é que uma das principais vitórias desse ano é que consegui sair de um ponto onde criar e escrever se tornaram um peso, para outro onde consegui recuperar o brilho nos olhos de colocar palavras no papel.
Isso diz muito do que vivi em 2023.
Comecei o ano entrando para uma mentoria focada na divulgação de infoprodutos virais no Instagram: a proposta era criar algo bem acessível para resolver uma dificuldade bem pontual e soltar para o mundo com anúncios.
Não concordei com alguns pontos do método (especialmente o braço), mas dei o braço a torcer para ver o que aconteceria. Coincidência ou não, tive tendinite pela primeira vez. 🤷🏻♂️
Funcionou, mas não funcionou tão bem — e esse é um belo resumo do meu primeiro semestre.
A sensação que tenho hoje é que escrevi uma série de prefácios para livros que nunca nasceram.
Como já comentei em outras edições, estava morando em Belo Horizonte, minha namorada (Luísa), em Goiânia e meu sócio, na Austrália.
Com a cabeça em três lugares ao mesmo tempo e trabalhando no fuso-horário de dois países — o que não recomendo a ninguém — foi um semestre que não me rendeu boas histórias para contar.
2023/2 veio para compensar isso.
No fim de junho, a mudança para Goiânia e uma viagem de carro de +14 horas.
Em julho, o retorno a São Paulo na maneira como mais gosto de aproveitar a capital paulista: breve, com uma missão a cumprir, amigos para rever e uma passagem de volta comprada.
Fui entrevistado pelo CEO do LinkedIn, apesar da gravação nunca ter visto a luz do dia; palestrei para mais de 800 pessoas ao lado da Marília Lopes no palco do Conexão Social Media, o maior evento de Social Media do Brasil; e conheci muita gente incrível nos bastidores.
O misto de mastermind e buteco de copo sujo nos bastidores do Teatro Gamaro, com certeza, é o tipo de Networking que eu mais respeito — aquele que você nem chama de Networking.
Então, veio agosto.
O mês que tem a fama de ser interminável me guardou uma semana que mais pareceu um mês em tensão, ansiedade e apreensão.
Já tinha grandes planos para esse mês: o lançamento de uma nova turma do curso de Diversidade e Inclusão de uma agenciada, a Tânia Chaves; uma palestra sobre Employer Branding e LinkedIn para a Intel; e um desafio de 26 dias de criação de conteúdo para alunos.
De brinde, jamais vou me esquecer o dia que vi o filme da Barbie no cinema.
Diferente da maioria dos casais, eu queria ver e a Luísa, não. E até então, ainda não tinha conseguido encontrar um argumento para convencê-la.
Acordei no domingo, dia 6 de agosto, com uma das piores surpresas para alguém que trabalha diretamente com redes sociais: tive meu LinkedIn hackeado.
Tentei todas as soluções ao meu alcance, nada. Enviei mensagem para o suporte em todos os canais possíveis e enviei mensagens por email para os contatos que tinha: como era domingo, nada.
Fomos ver Barbie.
Na terça, era a abertura da turma nova do curso de Diversidade e Inclusão e, na quarta, minha palestra para a Intel.
Em paralelo, fui tentando a sorte com o suporte para recuperar meu perfil. Nada, parecia que era domingo. Então, decidi jogar a merda no ventilador para ver se poderia ajudar e contei sobre toda a odisseia nessa edição.
Coincidência ou não, tive o primeiro retorno do suporte e recuperei meu perfil logo na sequência.
Coincidência ou não, minha entrevista com o CEO do LinkedIn nunca viu a luz do dia.
Coincidência ou não, setembro foi o mês que decidi retornar às origens.
Dei um foco especial para o curso de Escrita Criativa & Storytelling e abri a 14ª turma com algo que sempre quis fazer e acabava ficando em segundo plano: uma aula ao vivo.
Outubro foi o início das novas transições profissionais:
da sociedade na agência de influência ao divórcio;
do divórcio para a carreira solo, que teria como carro-chefe uma agência focada em ghostwriting para LinkedIn;
… para o cargo de Coordenador de Copywriting na allu.
Meus planos para novembro eram descansar e focar nos bastidores da nova agência que estava construindo, já com dois clientes certos para entrar.
Não faria Black Friday alguma.
Quando meu plano A se tornou plano B, decidi fazer como uma despedida de 2023 e um marco dessa nova fase. Porque, em 2020, quando me despedi da Rock Content após 3 anos por lá, meu último ato foi justamente a Black Friday.
Então, se você se inscreveu em algum dos cursos durante a promoção, agradeça muito à allu e ao meu sentimento de nostalgia, que, inclusive, trouxe uma música para minha cabeça com força durante essa fase.
Especialmente os versos de abertura:
🎵 Times have changed and times are strange
Here I come, but I ain't the same
Mama, I'm coming home
Se precisasse resumir meu 2023 em uma foto, acredito que seria essa.
Quem diria que a dificuldade de abrir os olhos diante do sol se tornaria tranquilidade?
Então é Natal e, se a Simone ousar me perguntar o que eu fiz, ela que se prepare para ouvir sobre esse segundo semestre.
E olha que nem entramos em dezembro, para falar mais detalhes sobre a nova fase como Coordernador de Copy — ainda falaremos muito disso no ano que vem.
Aliás, algumas pessoas me perguntaram se eu seguiria com os cursos, com a newsletter e com outros projetos agora que voltei a trabalhar para uma empresa.
E a resposta é simples.
Quando comecei a compartilhar minhas primeiras ideias em 2018, foi no meu tempo livre de CLT.
Quando produzi a primeira versão do curso de Escrita Criativa & Storytelling, também. E verdade seja dita: usando meu tempo livre também trouxe mais atualizações e novas aulas que muitas pessoas que vivem apenas de vender curso online.
A verdade é que focar 100% das minhas energias em ser especialista não é para mim: escrever apenas sobre escrita e criar conteúdos sobre como criar conteúdos no LinkedIn me deixa entediado.
O que eu curto mesmo é criar, colocar a mão na massa e ter isso como base do que falar sobre — tanto nos conteúdos, quanto nas aulas.
Então, se você curte o que eu costumo compartilhar, ou tá por aqui como concorrência infiltrada, não vai ser dessa vez que você vai se livrar de mim ainda.
Com um novo cargo e um desafio gigantesco em mãos, minhas prioridades vão mudar — isso é fato —, mas vamos ajustando a rota.
Considere esta edição o fim de mais uma temporada e um “até logo”, com um desejo de Feliz Natal, um baita ano novo e a certeza que seguiremos juntos em 2024.
Até breve.
Um breve Top 5 das minhas edições preferidas
Como bom fã chato que sempre prefere o disco com B-sides em vez do Greatest Hits, é claro que algumas das edições menos lidas e comentadas seriam minhas preferidas:
1. A lepra moderna e a lebre assustada
2. A paz de aprender a contemplar o caos (e a síndrome do "vem aí")
3. Na dúvida, sempre divida por 7
4. Calças jeans, calanques e caminhos inusitados
5. A coragem de desistir e a arte de fechar portas
1. Numa era em que quase todo mundo é tão interessado em falar de si próprio e se promover1, a newsletter Vida Vivida, assinada pelo
, é um respiro necessário para retomar o fôlego.E o que ele tá entregando com a série “Histórias, nossas histórias” é surreal.
Se você curte histórias inspiradoras de pessoas reais contadas com maestria, essa série é um espetáculo à parte. Recomendo demais conferir a última edição e tirar suas próprias conclusões.
2. Parabéns aos envolvidos que resgataram um dos maiores hits do ano nessa reta final. I’m just Ken, da trilha sonora de Barbie, ganhou um clipe e 3 novas versões da música.
Tomara que ajude o filme da corrida do Oscar, especialmente na disputa de Melhor Canção Original. Porque o mundo merece uma performance ao vivo do Ryan Gosling cantando essa música na cerimônia.
Enquanto isso, duvido que você encontre trilha sonora para o seu Natal.
Um abraço e até breve,
Eita! E a ironia de falar sobre isso no que provavelmente foi a edição mais egocêntrica que já compartilhei dessa newsletter, com direito a retrospectiva e top 5 do meu ano?
Vida longa à gloriosa Escreva sua Marca ❤️🙌🏻